O que é Comunicação Não Violenta e como colocar em prática?
Em um mundo onde os desentendimentos e conflitos parecem ser inevitáveis, encontrar maneiras de nos comunicarmos de forma mais eficaz e empática é essencial. A Comunicação Não Violenta (CNV) surge como uma ferramenta poderosa para promover a compreensão mútua e resolver conflitos de maneira pacífica e construtiva. Mas o que exatamente é a Comunicação Não […]
Por Carolina Durval •
Atualizado em
Em um mundo onde os desentendimentos e conflitos parecem ser inevitáveis, encontrar maneiras de nos comunicarmos de forma mais eficaz e empática é essencial. A Comunicação Não Violenta (CNV) surge como uma ferramenta poderosa para promover a compreensão mútua e resolver conflitos de maneira pacífica e construtiva.
Mas o que exatamente é a Comunicação Não Violenta e como podemos aplicá-la no dia a dia? Neste blog post, vamos explorar os princípios fundamentais da CNV e oferecer dicas práticas para que você possa incorporar essa abordagem transformadora em suas interações cotidianas.
Aproveite a leitura e prepare-se para descobrir como a comunicação empática pode transformar seus relacionamentos corporativos e a maneira como você se relaciona com o mundo ao seu redor.
O que é a Comunicação Não Violenta (CNV)?
Primeiramente, é necessário compreender que a Comunicação Não Violenta (CNV) é uma maneira de se comunicar que busca criar entendimento e empatia entre as pessoas.
Desenvolvida por Marshall Rosenberg, a CNV é baseada em quatro componentes principais nos quais nos aprofundaremos mais adiante: observação, sentimentos, necessidades e pedidos.
Em síntese, a ideia da CNV é evitar confrontos e críticas, promovendo uma comunicação mais respeitosa e compreensiva. Ajudando, assim, a resolver conflitos e melhorar relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais.
Ou seja, ao usar a CNV, buscamos criar um ambiente onde todos se sintam ouvidos e compreendidos.
Para que serve a CNV?
Resumidamente, a Comunicação Não Violenta serve para melhorar a maneira como nos comunicamos, ajudando a resolver conflitos e fortalecer as relações.
Assim, usando a CNV, conseguimos expressar nossos sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa, sem culpar ou criticar os outros. Dessa forma, criando um ambiente de diálogo mais aberto e compreensivo, no qual todos se sentem ouvidos.
Os 4 pilares da Comunicação Não Violenta
Chegou o momento de aprofundarmos um pouco mais no conceito de Comunicação Não Violenta. Por isso, a seguir, separamos e exemplificamos cada um dos 4 pilares principais da CNV:
1. Observação
O primeiro pilar é a observação. Sua premissa é a seguinte: observar o que está acontecendo de forma objetiva, sem julgamentos ou avaliações. Além disso, é importante descrever os fatos como eles são, sem adicionar interpretações pessoais.
Exemplo: em vez de dizer “Você nunca me escuta,” diga “Nas últimas três reuniões, você interrompeu minha fala antes de eu terminar.”
2. Sentimentos
Em segundo lugar, você deve expressar como você se sente em relação ao que observou, sem culpar a outra pessoa. Em outras palavras, identifique e comunique claramente seus sentimentos.
Exemplo: “Me sinto frustrado quando sou interrompido nas reuniões.”
3. Necessidades
Já o terceiro pilar trata-se de identificar e comunicar as necessidades ou valores que estão por trás dos seus sentimentos. Afinal, é essencial entender o que você precisa ou valoriza em cada situação.
Exemplo: “Eu preciso ser ouvido completamente para sentir que minhas contribuições são valorizadas.”
4. Pedidos
Por fim, é necessário fazer pedidos claros e específicos sobre o que você gostaria que a outra pessoa fizesse para atender às suas necessidades. Lembre-se: os pedidos devem ser concretos e realizáveis.
Exemplo: “Gostaria que você esperasse eu terminar de falar antes de responder. Podemos combinar isso?”
Integração dos 4 pilares
Para integrar os 4 pilares anteriores, é necessário ter uma fala concisa e calma, mantendo o foco no diálogo construtivo.
Dessa forma, ao seguir essa abordagem, você cria um ambiente propício para a empatia e para a resolução de conflitos de forma respeitosa.
Com a prática, os pilares de observação, sentimentos, necessidades e pedidos podem ser usados em conjunto, observe o exemplo a seguir:
“Nas últimas três reuniões, observei que fui interrompido antes de concluir minha fala (observação). Isso faz com que eu me sinta frustrado (sentimentos), pois preciso que minhas contribuições sejam ouvidas e valorizadas (necessidades). Por isso, gostaria de pedir que você espere até que eu termine para responder (pedidos). Podemos combinar isso?”
Esse exemplo integrado mostra que, com o uso da CNV, melhoramos a comunicação e resolvemos conflitos de forma mais empática e construtiva.
Passos para praticar a Comunicação Não Violenta no dia a dia
Com base na compreensão dos 4 pilares principais e no entendimento do conceito da CNV, é possível traçar um plano de aplicação da Comunicação Não Violenta no dia a dia. Observe:
Passo 1 – Observe sem julgar
Como você já sabe, o primeiro passo para praticar a Comunicação Não Violenta é observar o que está acontecendo de maneira objetiva, sem adicionar julgamentos ou críticas. Ou seja, descreva os fatos exatamente como eles são.
Dessa maneira, em vez de dizer “Você está sempre atrasado,” diga “Hoje você chegou 15 minutos depois do horário combinado.” Esse pequeno ajuste mantém a comunicação focada nos fatos, evitando que a outra pessoa se sinta atacada ou julgada.
Passo 2 – Identifique e expresse seus sentimentos
Depois de observar os fatos, é importante identificar e expressar como você se sente em relação ao que observou. Fazer isso de maneira honesta e clara ajuda a conectar a comunicação aos seus próprios sentimentos.
Por isso, busque dizer “Quando você chega atrasado, eu me sinto preocupado.” Assim, você ajuda a outra pessoa a entender o impacto de suas ações sobre você, sem atribuir culpa.
Passo 3 – Reconheça suas necessidades
Em seguida, identifique as necessidades ou valores que estão por trás de seus sentimentos. Assim, isso torna sua comunicação mais autêntica e ajuda a outra pessoa a entender o que você precisa.
Experimente falar “Eu preciso de pontualidade para que possamos cumprir nossos prazos.” Dessa forma, você torna claro o que está em jogo e por quê.
Passo 4 – Faça pedidos claros e viáveis
Uma vez que você expressou seus sentimentos e necessidades, faça um pedido claro e específico sobre o que você gostaria que acontecesse para atender às suas necessidades. Certifique-se de que seus pedidos sejam realizáveis e não soem como exigências.
Portanto, diga “Gostaria que, no futuro, você me avisasse se vai se atrasar mais de 10 minutos. Podemos fazer isso?” Essa fala torna sua expectativa clara e dá à outra pessoa uma oportunidade realista de responder.
Contudo, a prática da CNV não se resume apenas a expressar seus próprios sentimentos e necessidades, mas também a ouvir os outros com empatia. Ou seja, isso significa tentar entender os sentimentos e necessidades da outra pessoa, sem julgamentos.
Tente dizer “Parece que você está preocupado com algo que está fazendo você se atrasar. Quer falar sobre isso?” Assim, você demonstra que está disposto a ouvir e entender a perspectiva da outra pessoa.
Passo 6 – Pratique a autocompaixão
Por fim, a autocompaixão é um componente vital da CNV. Ela envolve ser gentil consigo mesmo e reconhecer suas próprias necessidades e limitações. Ao praticar a autocompaixão, você está melhor equipado para ser empático e compassivo com os outros.
Esteja aberto a admitir e dizer “Reconheço que estou me sentindo sobrecarregado. Por isso vou tirar alguns minutos para me acalmar antes de conversar com a equipe, garantindo que estou focado em ajudar e não em criticar.”
Esse reconhecimento ajuda a garantir que você também esteja atendendo às suas próprias necessidades enquanto tenta se comunicar de forma não violenta.
Comunicação Não Violenta no ambiente de trabalho
A Comunicação Não Violenta é extremamente importante no ambiente de trabalho por vários motivos:
- Promove a colaboração: a Comunicação Nãp Violenta promove um ambiente de respeito e compreensão, o que facilita a colaboração entre os colegas;
- Reduz conflitos: ao focar em observar fatos, expressar sentimentos, reconhecer necessidades e fazer pedidos claros, a CNV ajuda a prevenir e resolver conflitos de forma pacífica;
- Aumenta a satisfação e o engajamento: colaboradores que se sentem compreendidos e respeitados tendem a ser mais satisfeitos e engajados no trabalho;
- Melhora a comunicação: a prática da CNV aprimora as habilidades de comunicação, tornando as interações mais claras e eficazes;
- Fortalece a liderança: líderes que usam a CNV conseguem construir relações de confiança e respeito com suas equipes;
- Contribui para um ambiente de trabalho saudável: a CNV contribui para um ambiente de trabalho positivo e saudável, onde a comunicação aberta e honesta é encorajada.
Ferramentas e recursos
Separamos uma lista com ferramentas e recursos para aprimorar suas habilidades de Comunicação Não Violenta:
- “Comunicação Não-Violenta: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais” livro por Marshall B. Rosenberg;
- “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” livro por Dale Carnegie;
- “Vivendo a Comunicação Não-Violenta: Como Estabelecer Conexões Sinceras e Resolver Conflitos de Forma Pacífica e Eficaz” livro por Marshall B. Rosenberg;
- “TED: Falar, Convencer, Emocionar” livro por Chris Anderson e outros;
- Aplicativos de meditação e mindfullness, como Headspace e Calm.
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