CFOP de devolução: tudo que você precisa sabe
O CFOP de devolução garante que notas fiscais de devolução sejam registradas corretamente e sem erros tributários.
O CFOP de devolução é parte essencial da rotina fiscal de empresas que emitem notas fiscais eletrônicas.
Desde 2006, quando o governo implantou a NF-e, o país já autorizou mais de 52,351 bilhões de notas fiscais, segundo dados de 08/10/2025.
Esse número impressionante mostra o quanto as operações fiscais cresceram no Brasil e reforça a importância de classificar corretamente cada movimentação para evitar problemas com o Fisco.
Entre essas bilhões de notas, muitas envolvem devoluções de mercadorias por erro, troca, defeito ou cancelamento de venda.
Nesses casos, é fundamental escolher o CFOP de devolução correto para registrar a operação com precisão e seguir as normas tributárias.
Afinal, usar o CFOP errado em uma devolução gera retrabalho, inconsistências contábeis e até multas.
Por isso, é essencial aplicar o código certo e compreender suas implicações tributárias para manter a empresa em conformidade fiscal e evitar prejuízos.
Para ajudar você a entender o tema, preparamos um artigo completo que explica o que é o CFOP de devolução, suas implicações e quais são os mais utilizados.
Vem com a gente!
O que é um CFOP de devolução e por que é importante?
O CFOP de devolução é o código usado para registrar a entrada ou saída de uma mercadoria devolvida.
Ele mostra o motivo da devolução e indica ao fisco que a operação original foi cancelada total ou parcialmente.
Na prática, o CFOP de devolução serve para ajustar o estoque e os impostos relacionados a uma venda ou compra que não foi concluída como o esperado.
Nesse sentido, escolher o código certo deixa de ser apenas uma mera formalidade e vira uma forma de manter a conformidade fiscal da empresa e evitar problemas com o fisco.
Além disso, o uso correto do CFOP de devolução faz com que os valores dos tributos sejam recalculados de forma certa e preservem a saúde financeira do negócio.
Assim, a contabilidade irá ficar organizada e as informações fiscais irão ser alinhadas de acordo com a realidade da operação.
Leia também: “CFOP: o que é, como aplicar e principais códigos [Atualizado Reforma Tributária 2026]”.
O que pode ser considerado devolução no meio contábil?
No meio contábil, devolução é toda operação em que o cliente ou fornecedor retorna uma mercadoria à empresa.
Isso pode acontecer por diferentes motivos, como:
- Erro no pedido;
- Defeito no produto;
- Desistência da compra;
- Problemas no transporte;
- Dentre outros motivos.
O importante é que essa devolução seja formalizada por meio de uma nota fiscal de devolução, com o CFOP adequado.
Assim, o sistema fiscal reconhece que a operação original foi desfeita e ajusta automaticamente os impostos e o estoque.
Por exemplo: se uma loja vendeu um produto e o cliente devolveu no mesmo mês, o contador precisa emitir uma nota com o CFOP de devolução correto para registrar a entrada dessa mercadoria de volta ao estoque.
Impacto nos impostos e na escrituração contábil
O uso do CFOP de devolução tem impacto direto na apuração de impostos.
Quando a devolução é registrada corretamente, os tributos pagos na operação original, como ICMS, PIS e COFINS, podem ser estornados.
Ou seja, isso evita que a empresa pague mais impostos do que deveria.
Além disso, a escrituração contábil precisa refletir essa devolução para manter os registros certos. Isso porque um erro nesse processo pode gerar inconsistências nas declarações fiscais e até multas.
Por isso, é necessário que o contador ou responsável pela emissão das notas tenha atenção total ao CFOP utilizado.
Manter a escrituração fiscal correta também ajuda a empresa a ter uma visão mais clara do desempenho financeiro.
Afinal, cada devolução influencia diretamente no faturamento e na gestão de estoque.
No ClickNotas, você sabe tudo sobre notas fiscais! Leia agora: “Escrituração fiscal digital: o que é, para que serve e como preparar sua empresa”.
Tabela rápida: principais CFOPs de devolução
O CFOP de devolução muda conforme o tipo de operação e quem está fazendo a devolução.
Por isso, é importante ter uma visão clara dos principais códigos usados no dia a dia.
Nesse sentido, essa tabela serve como um guia rápido para ajudar você a identificar os principais CFOPs de devolução usados no dia a dia de uma empresa.
Principais CFOPs de devolução |
CFOP | Descrição |
1.201 | Devolução de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, dentro do estado. Usado quando a empresa devolve produtos comprados de um fornecedor local. |
1.202 | Devolução de venda de produção própria ou mercadoria industrializada, dentro do estado. Indicado para empresas que fabricam produtos e precisam devolver itens vendidos. |
2.201 | Devolução de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, interestadual. Usado para devoluções de compras feitas em outro estado. |
2.202 | Devolução de venda de produção própria, interestadual. Similar ao 1.202, mas para operações entre estados. |
Leia também: “CFOP 1202: guia completo da devolução de venda de mercadoria”.
Tabela completa de CFOPs de devolução
Agora, se você quer conhecer todos os CFOPs de devolução, trouxemos a tabela completa com todos os códigos e descrições de cada situação.
Antes de tudo, lembre-se de que os CFOPs que começam com “1” e “2” indicam entradas (quando a mercadoria retorna para a empresa), enquanto os que começam com “5” e “6” indicam saídas (quando a empresa devolve algo para o fornecedor).
Vem com a gente conhecer!
Código CFOP | Descrição da Operação |
---|
1.201 | CFOP de devolução de venda de produção do estabelecimento |
1.202 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros |
1.203 | Devolução de venda de produção do estabelecimento, destinada à Zona Franca de Manaus ou ALC |
1.204 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, destinadas à Zona Franca de Manaus ou ALC |
1.208 | Devolução de produção do estabelecimento, remetida em transferência |
1.209 | Devolução de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, remetida em transferência |
1.410 | Devolução de venda de produção do estabelecimento em operação com produto sujeito ao regime de substituição tributária |
1.411 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros em operação com mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária |
1.503 | Entrada decorrente de devolução de produto remetido com fim específico de exportação, de produção do estabelecimento |
1.504 | Entrada decorrente de devolução de mercadoria remetida com fim específico de exportação, adquirida ou recebida de terceiros |
1.505 | Entrada de corrente de devolução simbólica de mercadorias remetidas para formação de lote de exportação, de produtos industrializados ou produzidos pelo próprio estabelecimento |
1.506 | Entrada decorrente de devolução simbólica de mercadorias, adquiridas ou recebidas de terceiros, remetidas para formação de lote de exportação |
1.553 | CFOP de devolução ativo imobilizado |
1.660 | Devolução de venda de combustível ou investimento destinado à industrialização subsequente |
1.661 | Devolução de venda de combustível ou financiamento destinado à comercialização |
1.662 | Devolução de venda de combustível ou destino destinado ao consumidor ou usuário final |
1.918 | Devolução de mercadoria remetida em consignação mercantil ou industrial |
1.919 | Devolução simbólica de mercadorias vendidas ou utilizadas em processo industrial, remetida anteriormente em consignação mercantil ou industrial |
2.201 | Devolução de venda de produção do estabelecimento |
2.202 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros |
2.203 | Devolução de venda de produção do estabelecimento, destinada à Zona Franca de Manaus ou ALC |
2.204 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, destinadas à Zona Franca de Manaus ou ALC |
2.208 | Devolução de produção do estabelecimento, remetida em transferência |
2.209 | Devolução de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, remetida em transferência |
2.410 | Devolução de venda de produção do estabelecimento em operação com produto sujeito ao regime de substituição tributária |
2.411 | Devolução de venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros em operação com mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária |
2.503 | Entrada decorrente de devolução de produto remetido com fim específico de exportação, de produção do estabelecimento |
2.504 | Entrada decorrente de devolução de mercadoria remetida com fim específico de exportação, adquirida ou recebida de terceiros |
2.505 | Entrada decorrente de devolução simbólica de mercadorias remetidas para formação de lote de exportação, de produtos industrializados ou produzidos pelo próprio estabelecimento |
2.506 | Entrada decorrente de devolução simbólica de mercadorias, adquiridas ou recebidas de terceiros, remetidas para formação de lote de exportação |
2.553 | Devolução de venda de bem do ativo imobilizado |
5.201 | Devolução de compra para industrialização ou produção rural |
5.202 | Devolução de compra para comercialização |
5.210 | Devolução de compra para utilização na prestação de serviço |
5.553 | Devolução de compra de bem para o ativo imobilizado |
6.201 | Devolução de compra para industrialização ou produção rural |
6.202 | Devolução de compra para comercialização |
6.210 | Devolução de compra para utilização na prestação de serviço |
6.553 | Devolução de compra de bem para o ativo imobilizado |
7.201 | Devolução de compra para industrialização ou produção rural |
7.202 | Devolução de compra para comercialização |
7.210 | Devolução de compra para utilização na prestação de serviço |
7.553 | Devolução de compra de bem para o ativo imobilizado |
Como escolher o CFOP correto para devolução?
Como vimos, escolher o CFOP de devolução correto é muito importante para manter as informações fiscais certas e evitar erros que podem gerar retrabalho ou multas.
Afinal, cada devolução tem um código específico, que depende de quem está devolvendo, do tipo de mercadoria e da destinação original da operação.
Sendo assim, seguir uma sequência lógica ajuda a identificar o CFOP ideal de forma rápida e sem complicações.
Para ajudar você nesse processo, preparamos um passo a passo simples para acertar na escolha do código em cada devolução.
Vem com a gente!
Primeiro passo: identificar quem está devolvendo
O primeiro ponto é entender quem está fazendo a devolução.
Se for o cliente devolvendo um produto que comprou, o CFOP será de entrada. Agora, se for a sua empresa devolvendo algo para o fornecedor, o CFOP será de saída.
Por exemplo: se uma loja recebe de volta um item vendido a um cliente dentro do mesmo estado, o código correto pode ser 1.202. Já se a própria loja está devolvendo uma compra feita para revenda, o CFOP usado será 5.202.
Essa diferenciação é o que garante a emissão certa da nota fiscal e o cálculo dos tributos.
Segundo passo: classificar o tipo de mercadoria
Depois de identificar quem devolve, é hora de verificar qual é o tipo de produto envolvido.
Cada categoria, como mercadoria para revenda, ativo imobilizado ou insumo para industrialização, tem CFOPs próprios.
Por exemplo, se a devolução for de uma máquina usada na produção, o código será diferente de uma devolução de produtos para venda.
E será essa classificação que irá diminuir os erros de escrituração e manter o controle de estoque fiel à realidade.
Terceiro passo: verificar a destinação original
Por fim, analise qual era a destinação da mercadoria na operação inicial.
Ou seja, se ela seria revendida, usada na produção ou enviada para outro estado.
Nesse sentido, essa informação define a numeração inicial do CFOP (1, 2, 5 ou 6) e faz com que a nota fiscal de devolução corresponda exatamente à operação anterior.
Saiba mais sobre CFOP na nota fiscal em: “CFOP na nota fiscal: o que é?”.
Principais erros na escolha do CFOP de devolução
Mesmo profissionais experientes podem cometer erros ao escolher o CFOP de devolução.
Isso acontece porque os códigos são parecidos e exigem atenção aos detalhes da operação.
Um pequeno engano pode gerar inconsistências na nota fiscal, impactar os tributos e até comprometer a escrituração contábil.
Por isso, é importante conhecer os erros mais comuns e entender como evitá-los. Dessa forma, você mantém as obrigações fiscais em dia e garante que sua empresa não tenha problemas com o fisco.
Vem com a gente ver os erros mais comuns e aprender como corrigi-los.
Esse é o erro mais comum. Muitas vezes, o emissor da nota não verifica quem está devolvendo a mercadoria, o que leva à escolha errada do CFOP.
Se for o cliente devolvendo um produto comprado, o código será de entrada. Já se for a empresa devolvendo ao fornecedor, o CFOP será de saída.
Por exemplo: o CFOP 1.202 representa uma devolução de venda dentro do estado, enquanto o 5.202 indica devolução de compra.
Nesse sentido, inverter esses códigos pode causar divergências fiscais e obrigar o contador a refazer a escrituração.
Usar CFOP errado para o tipo de mercadoria
Outro erro frequente é não considerar o tipo de produto na hora de selecionar o CFOP de devolução.
Cada categoria de mercadoria, como bens para revenda, insumos de produção ou ativos imobilizados, tem códigos específicos.
Se uma empresa devolver uma máquina usada na produção com o mesmo CFOP de uma mercadoria para revenda, o fisco entenderá que houve uma operação incorreta.
Esse descuido pode gerar alerta na fiscalização e atrasar o fechamento fiscal do período.
Esquecer de estornar os impostos da operação original
Além de escolher o CFOP correto, é necessário estornar os impostos da operação devolvida.
Quando a devolução não é registrada corretamente, os tributos pagos na venda ou compra original permanecem contabilizados, mesmo que a operação tenha sido desfeita.
Isso significa que a empresa pode acabar pagando impostos indevidos e comprometendo o balanço contábil.
Por isso, sempre que houver uma devolução, o sistema de gestão ou o contador deve revisar a nota e ajustar os valores correspondentes.
Implicações tributárias das devoluções
O CFOP de devolução influencia diretamente na forma como os tributos são ajustados após uma venda cancelada ou mercadoria devolvida.
Isso porque, quando há devolução, é necessário reverter os impostos que já haviam sido destacados na nota original.
Por isso, compreender as implicações tributárias é importante para evitar inconsistências fiscais e manter a conformidade da empresa.
Além disso, o CFOP certo garante que tanto o vendedor quanto o comprador não tenham prejuízos com o recolhimento indevido de impostos.
Pensando nisso, veja com a gente como cada tributo (ICMS, PIS e COFINS) é tratado nas operações de devolução e entenda o impacto na substituição tributária.
Como funciona o estorno do ICMS
Quando ocorre uma devolução, o ICMS destacado na nota fiscal da venda precisa ser estornado.
Na prática, isso significa que o valor do imposto é revertido, anulando o débito fiscal da operação original.
Para isso, o CFOP de devolução deve corresponder ao tipo da nota anterior.
Por exemplo, se foi uma venda dentro do estado, o código de devolução também deve ser de operação interna.
Esse cuidado garante que o cálculo do ICMS seja feito corretamente e que não haja divergências na apuração mensal.
Leia agora: “Cálculo do ICMS: como fazer?”.
Tratamento do PIS e COFINS
Assim como o ICMS, o PIS e a COFINS também precisam ser ajustados quando há devolução.
Isso porque a devolução representa o cancelamento da receita gerada pela venda, e os tributos federais devem acompanhar essa reversão.
Nesse sentido, o lançamento do CFOP de devolução permite o estorno dos créditos ou débitos dessas contribuições, conforme o regime tributário da empresa (cumulativo ou não cumulativo).
Dessa forma, o controle fiscal permanece equilibrado e sem distorções nos relatórios contábeis.
Saiba mais em: “PIS e COFINS: eles são importantes para quem emite nota fiscal?”.
Impacto na substituição tributária
Nas operações com substituição tributária, o cuidado deve ser redobrado.
Isso porque, mesmo que o ICMS já tenha sido recolhido antecipadamente, ele pode ser restituído quando ocorre a devolução da mercadoria.
Nesses casos, é preciso utilizar o CFOP de devolução correto e informar o valor do ICMS-ST na nota fiscal.
Assim, o contribuinte substituído consegue recuperar o imposto pago de forma indevida e manter o controle tributário em dia.
Fique por dentro em: “Substituição tributária: o que sua empresa precisa saber para emitir corretamente”.
Perguntas frequentes sobre CFOP de devolução
Posso usar o mesmo CFOP para qualquer tipo de devolução?
Não. O CFOP de devolução deve sempre refletir o tipo de operação original.
Por exemplo: se a venda foi dentro do estado, é preciso usar um CFOP de devolução interna; se foi interestadual, o código deve corresponder a uma operação interestadual.
Usar o código errado pode gerar erros fiscais, dificultar o estorno dos impostos e até causar inconsistências na escrituração. Por isso, antes de emitir a nota, sempre verifique o CFOP utilizado na venda original.
Qual o prazo máximo para fazer uma devolução?
O prazo para realizar uma devolução depende do tipo de operação e da política da empresa, mas, em geral, o Fisco recomenda que ela ocorra dentro do mesmo mês da venda.
Isso facilita o ajuste dos tributos e evita complicações na apuração do ICMS, PIS e COFINS.
Entretanto, se a devolução acontecer depois desse período, ainda é possível regularizar a situação. Nesse caso, é importante emitir a nota de devolução corretamente e garantir que o CFOP de devolução esteja adequado ao tipo de operação.
É necessário emitir nota fiscal para devolução?
Sim. Sempre que uma mercadoria é devolvida, é obrigatória a emissão de uma nota fiscal de devolução
Ela serve para registrar oficialmente o retorno do produto e corrigir os lançamentos tributários feitos na nota original.
Sem esse documento, o estorno dos impostos, como ICMS, PIS e COFINS, não pode ser feito de forma legal.
Além disso, a emissão garante transparência nas movimentações fiscais e evita problemas em fiscalizações futuras.
Quer saber tudo sobre a Reforma Tributária 2026? Leia agora: “Reforma tributária 2026: cronograma tributário e o que você precisa saber ainda este ano”.