Checklist contábil para se preparar para a Reforma Tributária em 2026

Atualizado em | 12 min de leitura

A Reforma Tributária muda rotinas e processos contábeis. Entenda como se preparar em um checklist completo!

12 min

A Reforma Tributária promete transformar profundamente a forma como empresas e contadores lidam com impostos no Brasil a partir de 2026. 

Para o empreendedor, esse novo cenário traz desafios, mas também oportunidades de melhorar a gestão fiscal, reduzir riscos e ganhar eficiência com apoio da tecnologia.

Neste contexto, vamos compartilhar neste artigo um checklist contábil para você se preparar para a Reforma Tributária que começa em 2026.

Revisões fiscais essenciais antes e durante 2026

A Reforma Tributária brasileira representa a maior mudança estrutural no sistema de tributos das últimas décadas.

Para empresas, contadores e gestores, 2026 não será apenas um novo ano fiscal, mas o início de uma nova lógica de gestão tributária.

A transição para IBS, CBS e Imposto Seletivo (IS) exige uma revisão profunda de cadastros, processos e rotinas.

Não se trata apenas de trocar impostos, mas de adaptar a empresa a um modelo totalmente diferente de apuração.

Ignorar essa etapa inicial aumenta significativamente o risco de erros, autuações, glosas e perda de créditos.

Atualização de CFOP, CST, NCM e regras internas

A atualização cadastral é o primeiro passo e será uma das etapas mais estratégicas da gestão tributária na transição para a Reforma Tributária em 2026. 

Informações como CFOP, CST, NCM e enquadramentos fiscais deixam de ser meramente operacionais e passam a ter papel decisivo na correta apuração do IBS e da CBS.

No cenário atual, muitos empreendedores mantêm esses cadastros apenas para cumprir obrigações acessórias. Com o novo modelo, cada código impactará diretamente alíquotas aplicáveis, direito a créditos e o destino do imposto, tornando a revisão desses dados uma prioridade absoluta.

Um CFOP incorreto, por exemplo, pode gerar tributação indevida, glosa de créditos ou recolhimento errado do imposto no destino. Esses erros afetam diretamente o fluxo de caixa, reduzem a competitividade e aumentam o risco de autuações fiscais.

O mesmo vale para a NCM desatualizada, que pode enquadrar produtos em regimes fiscais incorretos ou até mesmo no Imposto Seletivo, levando a um pagamento maior de tributos sem que a empresa perceba imediatamente.

Para mitigar esses riscos, é fundamental documentar e padronizar regras internas de classificação fiscal

Esse cuidado reduz a dependência de interpretações individuais, facilita treinamentos e evita inconsistências entre unidades, filiais ou equipes diferentes.

Empresas que utilizam ERP precisam garantir que todos os cadastros fiscais estejam centralizados, integrados e sincronizados

Cadastros divergentes entre sistemas ou módulos geram erros em cascata, comprometendo relatórios, apuração de impostos e a tomada de decisão estratégica.

Saiba o que muda no NCM e no CFOP com a Reforma Tributária em: “CFOP: o que é, como aplicar e principais códigos [Atualizado Reforma Tributária 2026]” e “NCM e Reforma Tributária: saiba o que muda”. 

Alinhamento com fornecedores e clientes

A Reforma Tributária fortalece o conceito de tributação no destino e controle cruzado das operações.

Isso torna o alinhamento entre fornecedores e clientes ainda mais relevante.

Divergências de informações fiscais entre as partes podem resultar em glosas automáticas de crédito

O sistema será menos tolerante a inconsistências. Se um fornecedor classifica uma operação de forma diferente do cliente, o problema aparece rapidamente.

Isso gera retrabalho, ajustes contábeis e riscos fiscais.

Empresas precisarão revisar contratos, cadastros e práticas comerciais. O objetivo é garantir que todos adotem a mesma lógica tributária.

A comunicação entre áreas comerciais, fiscais e financeiras será essencial. Decisões comerciais impactam diretamente a tributação no novo modelo. Negociações com clientes devem considerar os efeitos do IBS e da CBS nos preços.

A gestão tributária passa a fazer parte da estratégia comercial.

Saiba se a Reforma Tributária aumentará os impostos em: “Reforma Tributária 2025: os impostos vão aumentar?”. 

Ajustes em sistemas e processos

A tecnologia será um dos principais pilares para que empresas e contadores consigam se adaptar com segurança à Reforma Tributária a partir de 2026. 

O novo modelo de tributação exige dados confiáveis, integrados e totalmente rastreáveis, tornando indispensável a revisão dos sistemas e processos internos.

Empresas que ainda operam com sistemas fragmentados, planilhas paralelas ou soluções que não se comunicam entre si enfrentarão muito mais dificuldades durante a transição. 

Nesse cenário, qualquer inconsistência de informação pode gerar erros na apuração do IBS e da CBS, impactando diretamente a gestão financeira e fiscal do negócio.

Os ERPs, sistemas fiscais e módulos financeiros passam a ter papel central na estratégia do empreendedor

Eles precisam estar atualizados para suportar novas regras, alíquotas, critérios de crédito e a correta destinação do imposto. Além disso, a integração entre esses sistemas será essencial para garantir conformidade, agilidade e transparência.

A revisão de processos, por sua vez, não é opcional. Mapear fluxos, eliminar retrabalhos e padronizar rotinas será determinante para reduzir riscos operacionais, evitar falhas fiscais e garantir que a empresa esteja preparada para um ambiente tributário mais técnico e fiscalizado.

Organizações que anteciparem esses ajustes e utilizarem um ERP preparado para a Reforma Tributária terão mais controle, previsibilidade e segurança, transformando a mudança legal em uma oportunidade de evolução da gestão e ganho de eficiência operacional.

CBS, IBS, IS e ERP, saiba o que é possível fazer: “Reforma Tributária: é possível calcular IBS, CBS e IS no ERP?”. 

Revisar integrações com faturamento e financeiro

A integração entre faturamento, financeiro e fiscal ganha ainda mais importância em 2026.

Falhas nessa comunicação afetam o reconhecimento correto das receitas. Com IBS e CBS, o momento do fato gerador e da apropriação do crédito é crítico.

Qualquer atraso ou erro gera distorções na apuração.

Se o faturamento não conversa corretamente com o financeiro, o fluxo de caixa é impactado. Impostos podem ser pagos antes do recebimento da receita. E esse descasamento de caixa é muito preocupante. 

É necessário revisar regras de integração, eventos contábeis e aprimorar a conciliação bancária automatizada.

Não há mais espaço para processos manuais que aumentam o risco de erro. O ERP deve refletir fielmente a operação real da empresa.

A automação passa a ser aliada do compliance tributário e testes periódicos serão indispensáveis durante a fase de transição.

Neste primeiro ano de transição, é importante realizar simulações que ajudem a identificar falhas antes que elas se tornem problemas reais.

Entenda como um ERP com relatórios completos podem mudar sua gestão em: “Relatórios GestãoClick: tudo sobre vendas, estoque e financeiro em poucos cliques”. 

Preparação para novos campos fiscais na nota

A nota fiscal será um dos principais pontos de mudança com a Reforma Tributária. 

A obrigatoriedade para emissão de NFS-e pelo Portal Nacional, padronizando as notas em todos os municípios já é uma realidade. 

Novos campos fiscais passam a ser obrigatórios, e isso vale tanto para NF-e quanto para NFS-e e outros documentos fiscais.

A falta de adequação pode impedir a emissão de notas. Isso paralisa vendas e operações.

Os ERPs devem estar atualizados para suportar as novas exigências.

Atualizações de layout não podem ser deixadas para última hora.

Entenda tudo sobre as mudanças na emissão de notas fiscais no ClickNotas: “A Reforma Tributária e o impacto na emissão de NF-e”. 

O que muda na nota fiscal com a Reforma Tributária?

A nota fiscal passará a destacar IBS, CBS e IS separadamente.

Cada tributo terá regras próprias de informação.

Será necessário informar alíquotas por destino, base de cálculo e valores destacados. Isso aumenta a complexidade do documento fiscal.

O IBS exigirá identificação clara do ente federativo de destino. Esse dado é essencial para o correto repasse do imposto.

A CBS seguirá lógica semelhante, mas com regras federais específicas.

Erros de preenchimento afetam o aproveitamento de créditos.

O Imposto Seletivo será destacado quando aplicável.

Produtos enquadrados exigem atenção redobrada. Essas informações impactam diretamente a escrituração fiscal e contábil. Qualquer inconsistência gera divergências automáticas.

Saiba mais em: “Modelo de nota fiscal com IBS, CBS e IS: como fica a nota a partir de 2026.”

Acompanhamento das leis complementares

A Emenda Constitucional definiu as bases da Reforma Tributária. Mas a operacionalização depende das leis complementares.

Essas leis vão detalhar regras, procedimentos e exceções.

Ignorar esse acompanhamento é um erro estratégico.

Empresas precisam monitorar constantemente as publicações oficiais.

A legislação estará em constante evolução nos próximos anos.

O que as leis complementares farão na Reforma Tributária?

As leis complementares vão definir como o IBS e a CBS funcionarão na prática.

Elas tratam de créditos, débitos, regimes específicos e obrigações acessórias. Também vão estabelecer regras de transição entre o sistema atual e o novo.

Essa fase é especialmente sensível para as empresas e essas definições impactam diretamente o caixa.

Aspectos como compensação de créditos e prazos de recolhimento serão detalhados a partir de 2026.

Sem esse acompanhamento, decisões estratégicas podem ser tomadas com base em premissas erradas, o que gera riscos fiscais e financeiros.

A não cumulatividade muda tudo na forma de apurar tributos e créditos. Saiba como ela vai funcionar em: “Como a não cumulatividade plena vai funcionar no IBS e CBS”. 

Saiba as alíquotas-padrão, regimes específicos e cashback

Compreender as alíquotas-padrão do IBS e da CBS será fundamental para uma gestão tributária eficiente

Embora essas alíquotas ainda estejam em fase de definição, já se sabe que elas poderão variar conforme o setor econômico, o tipo de operação e a natureza do produto ou serviço.

Alguns segmentos, como, saúde, educação, transporte coletivo, combustíveis e energia, contarão com regimes específicos de tributação, criados para acomodar particularidades operacionais e evitar distorções. 

Ignorar essas regras pode resultar em carga tributária maior, perda de competitividade e decisões comerciais equivocadas. 

Por isso, o empreendedor precisa acompanhar de perto as definições legais e regulamentações complementares.

Outro ponto de atenção é o cashback tributário, mecanismo que prevê a devolução de parte dos tributos pagos por consumidores finais de baixa renda

Embora o benefício seja direcionado ao consumidor, ele impacta diretamente as empresas, influenciando formação de preços, margens de lucro e estratégias comerciais.

Entender como o cashback se aplica aos seus produtos ou serviços é essencial para ajustar políticas de venda e evitar surpresas no caixa. 

Dependendo do setor, esse mecanismo pode alterar o comportamento do consumidor e exigir reposicionamento estratégico.

Tudo sobre o IBS e CBS você encontra na GestãoClick: “IBS: o que é o substituto do ISS e ICMS” e “CBS: o que é, o que substitui e quando começa a valer”. 

Cronograma oficial e atualizações do Comitê Gestor

O Comitê Gestor do IBS nasce como uma entidade nacional e autônoma, criada pela própria Constituição por meio da Emenda 132/2023. Ele não pertence a um estado ou município específico, nem está subordinado à União. 

Essa autonomia é fundamental, porque o IBS será um imposto compartilhado, e não um tributo federal, estadual ou municipal isolado. 

Acompanhar o cronograma oficial da Reforma Tributária e as decisões do Comitê Gestor do IBS será indispensável para uma gestão tributária segura e estratégica

A implementação do novo sistema ocorrerá de forma gradual, com fases de testes, transição e convivência entre o modelo atual e o novo até a consolidação completa.

Durante esse período, o Comitê Gestor será responsável por publicar normas complementares, definir procedimentos operacionais, ajustar alíquotas e esclarecer regras de apuração, crédito e repasse do imposto

Essas atualizações impactarão diretamente rotinas fiscais, sistemas e processos das empresas.

Para o empreendedor, ignorar esse calendário pode gerar atrasos na adaptação, falhas no cumprimento das obrigações e aumento do risco fiscal. 

Já empresas que acompanham as publicações oficiais conseguem se antecipar às mudanças, ajustar cadastros, revisar contratos e preparar seus ERPs com mais previsibilidade.

Manter um monitoramento contínuo das atualizações do Comitê Gestor, com apoio do contador e de sistemas atualizados, permite reagir rapidamente às mudanças e evita decisões baseadas em informações desatualizadas. 

Em um cenário de transformação profunda, informação e planejamento passam a ser ativos estratégicos para atravessar a Reforma Tributária com segurança e eficiência.

Leia também: “Comitê Gestor do IBS: o que é e como funcionará?”

Preparação da equipe contábil e fiscal

Nenhuma tecnologia funciona sem pessoas capacitadas. A equipe contábil e fiscal será protagonista na transição.

O conhecimento sobre IBS, CBS e IS não é trivial. Ele exige estudo, prática e atualização constante.

Investir em treinamentos contínuos, reciclagens técnicas e atualização sobre legislações complementares é fundamental. 

A Reforma Tributária terá ajustes frequentes, especialmente nos primeiros anos, exigindo que a equipe esteja preparada para mudanças rápidas e interpretações oficiais.

Empresas que priorizam a qualificação do time contábil e fiscal ganham agilidade, reduzem riscos de autuações e transformam a Reforma Tributária em uma oportunidade de fortalecer a Gestão, a conformidade e a competitividade do negócio.

A GestãoClick preparou o dicionário completo da Reforma Tributária! Leia agora: “Dicionário da Reforma Tributária: todos os termos que você precisa saber”. 

Treinamentos internos sobre IBS, CBS e IS

A capacitação da equipe contábil e fiscal em relação ao IBS, CBS e IS (Imposto Seletivo) será um dos fatores mais importantes para o sucesso da adaptação à Reforma Tributária

Esses tributos introduzem novos conceitos de apuração, crédito e fiscalização, exigindo uma mudança significativa na forma como os impostos são compreendidos e operacionalizados.

Os treinamentos internos devem ir além da teoria e abordar aplicações práticas, como regras de incidência, critérios para aproveitamento de créditos, impactos no preço de venda e reflexos no fluxo de caixa. 

Quanto mais clara for a compreensão dessas regras, menor será o risco de erros fiscais e retrabalho.

É fundamental que os treinamentos envolvam não apenas o time contábil, mas também áreas como financeiro, faturamento, compras e comercial

A Reforma Tributária afeta toda a cadeia de operações, e decisões tomadas fora do setor fiscal podem gerar impactos diretos na gestão tributária.

Além disso, os treinamentos precisam ser contínuos, acompanhando atualizações legais, normas do Comitê Gestor e mudanças operacionais nos ERPs

Revisão completa das rotinas periódicas

As rotinas fiscais e contábeis precisarão ser revistas.

Atividades como:

  • Fechamento mensal
  • Apuração de impostos
  • Escrituração fiscal 
  • Conferência de documentos
  • Entrega de obrigações acessórias 

Passam a demandar novos controles e validações. Pequenos erros repetidos ao longo dos períodos podem gerar impactos relevantes no caixa, nos créditos tributários e na exposição a riscos fiscais.

A revisão das rotinas deve incluir o mapeamento detalhado de cada etapa, definição clara de responsabilidades e criação de checklists padronizados. Esse cuidado reduz falhas humanas, evita retrabalhos e facilita a adaptação da equipe às mudanças trazidas pela Reforma Tributária.

Entenda as mudanças nas rotinas contábeis na Reforma em: “Reforma Tributária e rotinas contábeis: o que muda o dia a dia do contador”. 

Conclusão: se preparar antecipadamente reduz erros e custos na transição da Reforma Tributária

A Reforma Tributária não é apenas uma mudança legal. Ela redefine a forma como as empresas lidam com impostos a partir de 2026.

A preparação antecipada reduz riscos, custos e incertezas. Empresas que deixam para última hora tendem a sofrer mais.

Quem inicia desde já a revisão de cadastros fiscais, sistemas, processos e rotinas contábeis, além de investir na capacitação da equipe, reduzem significativamente o risco de erros, retrabalho e autuações. 

A transição para o IBS, CBS e IS exigirá precisão, organização e decisões bem fundamentadas. A tecnologia se torna aliada do compliance e o uso de ERP, processos bem definidos e equipes treinadas é indispensável.

Não se adaptar pode gerar autuações, perda de créditos e impactos financeiros relevantes. O custo da não preparação é alto.

Por outro lado, empresas bem-preparadas transformam a transição em vantagem competitiva. Elas ganham eficiência, previsibilidade e segurança.

2026 está mais próximo do que parece. Planejar agora é a melhor decisão para o empreendedor que busca crescimento sustentável.

Sthephane Teodoro
Sthephane Teodoro é administradora e especialista em finanças corporativas. Transforma números em informação clara, orientando empreendedores que desejam estruturar seus negócios com segurança e melhores resultados.
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