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O que é investidor-anjo?

Saiba o que é investidor-anjo, como ele investe e os principais benefícios para quem busca crescer no mercado.

Por Ivan Vilela
Atualizado em
O que é investidor-anjo?

Se você é empreendedor, com certeza já ouviu falar de investidor-anjo. Esse termo, que surgiu nos EUA, hoje é usado para representar todo tipo de pessoa que coloca o seu dinheiro em uma empresa na intenção de fazê-la crescer. 

Em 2023, o Brasil registrou R$ 886 milhões de investimentos anjos, de acordo com a organização Anjos do Brasil. Já em número de investidores, o país bateu a marca de 8155, ou seja, um aumento de 2,4% em relação ao ano de 2022, que havia registrado 7963 investidores.

Esses dados mostram que essa modalidade de investimento segue importante no nosso país e, por isso, é muito importante entender ela a fundo para beneficiar a sua empresa.

Pensando nisso, preparamos um artigo completo para ajudar você a conhecer tudo sobre investidor-anjo, conhecer a legislação em volta do tema e entender benefícios e riscos. 

Vem com a gente!

O que é investidor-anjo?

Um investidor-anjo é uma pessoa física que investe seu próprio dinheiro em empresas iniciantes, geralmente startups, em troca de uma participação nos lucros e/ou sociedade na empresa. 

Além do capital, ele também contribui com experiência, contatos e mentoria para ajudar o negócio a crescer. Afinal, se o negócio crescer, ele também lucra. 

Esse tipo de investimento costuma ocorrer nas fases iniciais da empresa, quando ainda é difícil conseguir crédito em bancos ou apoio de grandes fundos.

Como surgiu o termo investidor-anjo?

O termo “anjo” surgiu nos Estados Unidos, no início do século XX. Na época, ele era usado para descrever pessoas que financiavam peças de teatro na Broadway. 

Mais tarde, passou a ser usado no mundo dos negócios para se referir a quem aposta em ideias promissoras, mesmo que apresentassem riscos elevados de não gerarem lucros.

No Brasil, o conceito de investidor-anjo ganhou força nos últimos anos, principalmente pelo crescimento de startups

Com o avanço da tecnologia e o aumento de novos empreendedores, esse modelo de investimento se tornou essencial para tirar projetos inovadores do papel.

Hoje, há redes especializadas que conectam investidores-anjo a startups, além de eventos e plataformas digitais voltadas para esse público. 

Dessa forma, o papel do investidor-anjo se tornou uma peça-chave no desenvolvimento de negócios no país.

Como funciona o investimento anjo?

O investimento anjo é uma das formas mais acessíveis de tirar ideias do papel. 

Afinal, além de fornecer capital, o investidor-anjo também apoia o crescimento da startup com conhecimento e conexões.

Mas, antes de buscar esse tipo de aporte, é essencial entender como ele funciona na prática.

Veja a seguir:

Etapas do investimento

O processo começa com a análise da ideia ou do modelo de negócio

Ou seja, o investidor-anjo avalia se o projeto tem potencial, qual o diferencial e como a empresa pretende crescer.

Em seguida, se houver interesse, as partes negociam o valor a ser investido e a participação nos lucros ou societária que será oferecida. 

Para isso, tudo é formalizado por meio de contratos específicos, com cláusulas que protegem ambos os lados.

Por fim, o investimento é realizado e o acompanhamento começa. O investidor participa com orientações estratégicas, mas não interfere na operação do dia a dia.

Relação entre investidor-anjo e startup

A relação entre investidor-anjo e a empresa é baseada em confiança e parceria. O objetivo não é apenas lucro, mas contribuir para o sucesso da empresa.

O investidor pode atuar, por exemplo, como um mentor. Ele pode compartilhar experiências, apresentar contatos e ajudar na tomada de decisões importantes

Em muitos casos, essa troca de conhecimento vale tanto quanto o dinheiro investido.

Apesar disso, a autonomia da empresa é mantida. Ou seja, o papel do anjo é apoiar, e não comandar o negócio.

Ticket médio investido

O valor investido por um investidor-anjo pode variar bastante. 

Por exemplo, o ticket médio dos investidores-anjo em 2023 foi de R$ 108 mil. Já em 2022, o valor atingiu os R$ 124 mil, de acordo com a organização Anjos do Brasil

Esse valor depende de vários fatores, como estágio do negócio, segmento de atuação e potencial de retorno. Startups em fase inicial, por exemplo, costumam receber aportes menores.

Além disso, muitos investidores-anjo se reúnem em grupos para dividir os riscos e ampliar os investimentos. Na prática, isso permite apoiar mais projetos de forma estratégica e segura.

Legislação e regulamentação do investimento anjo no Brasil

Antes de se tornar um investidor-anjo, é muito importante entender o que a lei brasileira diz sobre esse tipo de aporte. 

No Brasil, o investimento-anjo ganhou mais segurança jurídica com a criação do Marco Legal das Startups. Essa legislação trouxe diretrizes claras para estimular o empreendedorismo inovador e proteger quem deseja investir em negócios promissores.

Vem com a gente entender os pontos mais importantes dessa lei.

O Marco Legal das Startups, sancionado em 2021, trouxe regras específicas para quem deseja atuar como investidor-anjo. 

Um dos pontos principais é que o investidor-anjo não é considerado sócio da empresa. Isso significa que ele não tem poder de decisão na gestão e, principalmente, não responde pelas dívidas da startup.

Além disso, a lei permite que o investimento seja feito por meio de contratos flexíveis, como mútuo conversível, opções de compra ou debêntures. 

Essas modalidades possibilitam o aporte de capital com a possibilidade de conversão futura em participação societária, se for do interesse das partes.

De modo geral, essa estrutura protege o investidor e, ao mesmo tempo, oferece liberdade contratual para startups em fase inicial. 

Com isso, é possível atrair mais recursos para projetos inovadores com mais segurança jurídica.

Benefícios e proteções ao investidor

O Marco Legal das Startups também trouxe garantias importantes para quem decide apoiar o crescimento de empresas emergentes. 

Entre eles, temos:

  • Sem responsabilidade por dívidas: o investidor não responde por obrigações trabalhistas, tributárias ou civis da startup;
  • Não integra o quadro societário: evita riscos legais e limita a atuação apenas ao aporte financeiro;
  • Aporte com flexibilidade: é possível investir por meio de diferentes contratos, sem se tornar sócio imediato;
  • Remuneração por aporte: mesmo sem participação societária direta, o investidor pode receber lucros de acordo com o combinado;
  • Segurança jurídica: a legislação estabelece limites claros para proteger o patrimônio do investidor, exceto em casos de fraude ou dolo.

Essas proteções fazem com que o investimento-anjo seja uma opção mais atrativa para quem deseja apoiar o ecossistema de inovação no Brasil.

Tributação e responsabilidades

Em relação à tributação, o investidor-anjo pessoa física não precisa pagar imposto sobre o valor investido inicialmente. 

A tributação ocorre apenas no momento do retorno financeiro, como nos rendimentos ou lucros obtidos com a startup.

Os ganhos são considerados rendimentos de capital e, por isso, estão sujeitos à tabela regressiva do Imposto de Renda. De modo geral, quanto maior o prazo do investimento, menor a alíquota a ser paga.

Outro ponto importante: como o investidor não é sócio, ele não responde legalmente por falhas na gestão da empresa

Na prática, isso evita a desconsideração da personalidade jurídica, exceto se ficar comprovado que houve participação direta em fraudes ou irregularidades.

Qual o perfil de um investidor-anjo?

O investidor-anjo é, geralmente, uma pessoa física com experiência no mercado e capital disponível para apoiar negócios inovadores. 

Qualquer pessoa com esses requisitos pode se tornar um investidor-anjo, mas é importante ter clareza sobre os riscos e o tempo necessário para colher resultados.

De forma geral, o perfil ideal reúne algumas características que fazem toda a diferença nesse tipo de investimento:

  • Experiência prévia no mundo dos negócios ou em áreas estratégicas;
  • Boa rede de contatos (networking) para abrir portas à startup;
  • Capital disponível para investir sem comprometer o patrimônio pessoal;
  • Visão de longo prazo e tolerância ao risco;
  • Interesse em inovação, tecnologia e empreendedorismo.

É importante não confundir o investidor-anjo com fundos de venture capital ou investidores institucionais. 

Enquanto esses atuam com grandes quantias e exigem retorno rápido, o investidor-anjo foca no apoio inicial, aposta em ideias promissoras e se envolve mais diretamente com os fundadores.

Quais os benefícios de ter um investidor-anjo?

Agora que você já sabe um pouco do papel de um investidor-anjo, já deu para perceber que seu papel vai muito além do aporte financeiro. 

Na realidade, ele pode ser um verdadeiro parceiro estratégico para o crescimento da sua startup.

Vem com a gente entender os principais benefícios de um investidor-anjo.

Apoio financeiro

O primeiro e mais óbvio benefício é o capital para tirar a ideia do papel ou acelerar o crescimento.

O investidor-anjo investe com recursos próprios e assume o risco junto com o empreendedor. Esse dinheiro pode ser usado para desenvolver o produto, montar equipe, estruturar operações ou conquistar os primeiros clientes.

Ao contrário de empréstimos bancários, o aporte não precisa ser devolvido em parcelas.

Mentoria e networking

Um bom investidor-anjo faz muito mais do que colocar dinheiro na empresa. Ele compartilha experiências, dá conselhos e ajuda a evitar erros comuns.

Essa mentoria é valiosa, principalmente para empreendedores de primeira viagem. Muitas vezes, uma simples orientação pode economizar tempo e dinheiro.

Além disso, o investidor-anjo costuma ter uma rede de contatos ampla. Com isso, ele pode conectar a startup com pessoas estratégicas, como clientes, parceiros ou outros investidores.

Abertura de portas no mercado

A presença de um investidor-anjo no time traz mais credibilidade para a startup. Isso facilita a entrada em novos mercados e a conquista de parceiros relevantes.

Além disso, ele pode ajudar na negociação com fornecedores, acelerar processos e indicar profissionais confiáveis.

Riscos e desafios do investimento anjo

Apesar de oferecer grandes oportunidades, o investimento anjo também envolve riscos e desafios que não podem ser ignorados.

Por isso, entender esses pontos é essencial antes de aportar capital em uma empresa. Assim, o investidor-anjo se prepara melhor para lidar com os altos e baixos do mercado de inovação.

Separamos os principais riscos para você entender na prática como funciona e como se prevenir. 

Vem com a gente!

Risco de perda do capital

O risco mais evidente é a possibilidade de perder todo o dinheiro investido.

Startups estão em fase inicial e ainda não têm um modelo de negócio consolidado. Muitas ideias não ganham tração no mercado ou enfrentam problemas de gestão que afetam os resultados.

Por isso, o investidor-anjo precisa estar ciente de que esse tipo de investimento é de alto risco. Não dá para investir um valor que comprometa seu patrimônio pessoal ou sua segurança financeira.

Tempo de retorno

Outro desafio comum é o tempo necessário para obter retorno.

Diferente de aplicações tradicionais, o investimento anjo exige paciência. Muitas vezes, o lucro só aparece depois de 5 a 10 anos, isso se a empresa realmente crescer ou for vendida.

Esse fator exige visão de longo prazo. 

Sendo assim, o investidor-anjo não pode ter pressa, nem esperar resultados imediatos. Afinal, o foco deve estar no potencial do negócio e não no retorno rápido.

Relação com os empreendedores

O sucesso do investimento também depende da relação com os fundadores da empresa.

Mesmo com boa ideia e capital disponível, se não houver alinhamento de valores, comunicação clara e confiança mútua, os resultados podem ser comprometidos.

Por isso, o investidor-anjo precisa avaliar não só o projeto, mas também o perfil dos empreendedores. Afinal, são eles que vão executar a ideia e levar o negócio adiante.

Como conseguir um investidor-anjo para sua empresa?

Além de saber onde procurar, você precisa apresentar bem o seu negócio e mostrar que vale a pena apostar nele. 

Afinal, cada detalhe conta para despertar o interesse do investidor.

Separamos os principais caminhos para conquistar um investidor-anjo para você entender por onde começar. 

Vem com a gente!

Onde encontrar investidores-anjo

Você pode encontrar um investidor-anjo em eventos de inovação, feiras de startups e programas de aceleração. 

No geral, esses ambientes são ótimos para fazer networking e apresentar sua ideia para quem realmente está disposto a investir.

Outra opção são as redes de investidores-anjo, como Anjos do Brasil e Gavea Angels. Essas organizações conectam empreendedores a pessoas interessadas em apoiar projetos promissores.

Por fim, plataformas online como AngelList e Republic Europe também facilitam o contato com investidores, inclusive internacionais. Basta criar um perfil, publicar seu projeto e aguardar as conexões.

O que apresentar ao investidor-anjo

Para atrair um investidor-anjo, você precisa ir além da ideia. Mostre que sua startup tem potencial real de crescimento.

Prepare um pitch claro, direto e convincente. Apresente o problema que você resolve, a solução que oferece e o diferencial do seu negócio.

Também é importante ter um plano de negócios bem estruturado e mostrar sinais de tração, como clientes ativos, faturamento ou crescimento consistente.

Dicas para atrair o interesse de investidores

Mostre que você conhece o seu mercado

Investidores gostam de empreendedores preparados.

Demonstre que você entende o setor, conhece seus concorrentes e tem uma estratégia clara de atuação. Isso transmite segurança e aumenta suas chances de conquistar o aporte.

Tenha dados e resultados na ponta da língua

Falar de ideias é fácil. Mostrar números é o que convence.

Apresente métricas relevantes sobre o desempenho da sua startup. Mostre dados de crescimento, feedbacks de clientes e projeções financeiras realistas. Quanto mais concreto, melhor.

Construa uma boa imagem pessoal

O investidor-anjo também investe em você, não só no seu negócio.

Mantenha uma postura profissional, seja transparente e transmita paixão pelo que faz. 

Afinal, a confiança entre investidor e empreendedor é essencial para uma parceria de longo prazo.

Conclusão

Como vimos, um investidor-anjo tem um papel estratégico no ecossistema de pequenas empresas, como startup. 

Ele não só viabiliza financeiramente projetos inovadores, mas também impulsiona o crescimento de negócios com sua experiência, rede de contatos e visão de mercado. 

Seu apoio é muitas vezes o diferencial entre uma ideia promissora e uma empresa de sucesso.

Por isso, se você está empreendendo, vale a pena se aprofundar nesse universo. Busque conhecimento, participe de eventos e construa conexões relevantes. 

Quanto mais preparado você estiver, maiores serão as chances de atrair o investidor certo para sua startup.

Lembre-se: além do capital, o investidor-anjo traz valor. E para conquistar esse parceiro estratégico, é importe mostrar profissionalismo, consistência e paixão pelo que você está construindo.

Agora que você já se aprofundou sobre essa temática, acesse o Blog da GestãoClick e fique por dentro de tudo do mundo dos negócios. 

Você tem mais alguma dúvida? FAQ – Perguntas Frequentes

O que é um investidor-anjo e como ele atua?

Um investidor-anjo é uma pessoa física que aplica seu próprio capital em startups em troca de participação nos lucros ou sociedade. Ele também oferece mentoria, networking e apoio estratégico.

Qual a diferença entre investidor-anjo e fundo de investimento?

O investidor-anjo investe com recursos próprios, se envolve diretamente e busca apoiar pequenas empresas em fases iniciais. Já os fundos atuam com grandes quantias, cobram retorno rápido e são menos acessíveis.

Quais os riscos de um investimento-anjo?

O principal risco é a perda total do capital investido. Além disso, o retorno pode demorar anos. Por isso, é muito importante avaliar o projeto e os empreendedores com cuidado. No nosso conteúdo, falamos um pouco mais sobre cada um dos riscos no tópico “Riscos e desafios do investimento anjo”.

O investidor-anjo responde pelas dívidas da empresa?

Não. De acordo com o Marco Legal das Startups, o investidor-anjo não é considerado sócio e não responde por dívidas trabalhistas, tributárias ou civis da empresa.

Como atrair um investidor-anjo para minha startup?

Prepare um pitch claro, apresente dados concretos, participe de eventos de inovação e busque redes como Anjos do Brasil. Mostre profissionalismo e, principalmente, potencial de mercado do seu negócio.

Ivan Vilela

Ivan da GestãoClick

Ivan é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto e possui pós-graduação em Revisão e Preparação de Textos pela PUC Minas.
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